ETNOBOTÂNICA DE QUINTAIS EM COMUNIDADE TRADICIONAL DA REGIÃO DO LAGO GRANDE, SANTARÉM, PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação em Agronomia para obtenção de grau Bacharel em Agronomia do Instituto de Biodiversidade e Florestas – IBEF, da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA, 2022.

ETNOBOTÂNICA DE QUINTAIS EM COMUNIDADE TRADICIONAL DA REGIÃO DO LAGO GRANDE, SANTARÉM, PARÁ

Jeferson Figueira de Sousa (UFOPA)

Resumo

A etnobotânica é uma ciência que possibilita compreender as relações do homem com a
natureza, bem como a identificação e uso de plantas pelos moradores de comunidades.
Realizou-se um estudo etnobotânico na comunidade tradicional Maranhão, Lago Grande, Santarém Pará, objetivando identificar as espécies e famílias botânicas cultivadas nos quintais da comunidade. O estudo foi realizado no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2021. O método investigativo consistiu em pesquisa qualitativa com aplicação de questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas. Os dados foram tabulados e avaliados por meio de análise descritiva utilizando programas Excel (2007) para confecção de gráficos e tabelas. Foram identificadas 178 espécies de plantas pertencentes a 71 famílias botânicas. As espécies foram classificadas em três etnocategorias, sendo 72 espécies utilizadas na alimentação (40,5%); 70 espécies ornamentais (39,3%); e 36 espécies medicinais (20,2%). As espécies mais expressivas para uso alimentício são Mangifera indica L.(68,3%), Citrus sinensis L.(65,9%), Musa acuminata L.(56,1%), Byrsonima verbascifolia L. (51,2 %), Persea amaricana Mill (48,8%), Theobroma grandiflorum Willd. ex Spreng.(43,9%), Anacardium occidentale L. (43,9%), Euterpe oleraceaMart (41,5%), Cocos nucifera L. (41,5%), Psidium guajava L. (39%),Inga edulis Mart. (36,6%), Oenocarpus bacaba Mart (36,6%), Annona muricata L. (29,3%), Malpighia emarginata L. (29,3%) e Bixa orellana L. (29,3%). Para uso medicinal as espécies mais expressivas foram Trifolium pratense L.; Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf; Melissa officinalis L; Coleus forskohlii (Willd.) Briq.; Arrabidaea chica Humb. Bonpl. B. Verlot; Vitex agnus-castus L.; Justicia pectoralis Jacq.; e Jatropha curcas L., pertencentes às famílias botânicas Fabaceae; Poaceae; Verbenaceaae; Lamiaceae e Bignoniaceae, Acanthaceae e Euphorbiaceae. Como planta ornamental identificou-se 70 espécies, sendo as mais cultivadas Ixora coccinea L. (36,6%); Colocasia antiquorum Schott (31,7%); Tagetes erecta L. (11); Adenium obesum (Forssk.) Roem. & Schult. (26,8%); Agave sp. A. Weber. (26,8 %); Tradescantia pallida D.R Hunt (26,8); Dracaena trifasciata Prain (24,4%); Portulaca grandiflora Hook (22%); e Catharanthus roseus L. (17%). As plantas são recursos naturais utilizados no cotidiano das pessoas em comunidades tradicionais, sendo de suma importância para a conservação da biodiversidade e dos saberes e fazeres locais.